O chão está frio. Talvez subestimar o oponente não tenha sido a melhor das escolhas. O cruzado no queixo fez mais estrago do que imaginara. É isso que acontece quando se abaixa a guarda em terrenos que não se domina.
A visão embaçada, o zunido no ouvido, o formigar da face, numa velocidade que pareceu demorar décadas a quem foi golpeado, mas que não passou de meros segundos a quem desferiu o golpe.
Talvez o orgulho ferido outro vez, seja mais dolorido do que um queixo recém-socado. Talvez flertar com a derrota sem se dar conta que ela era tão presente, doa mais do que a parte física. Talvez lutar causas que não são tuas, seja a pior escolha a se fazer.
Já deveria ter aprendido isso há muito tempo. Mas sabe como é, a gente sempre espera e acredita que ‘dessa vez vai ser diferente’, e paga o preço por isso. Como diria a canção, o preço que se paga às vezes é alto demais.
Mas é preciso se reerguer outra vez, encarar a face da derrota colada a tua, como quem sussurra ao ouvido aquele singelo ‘você outra vez por aqui?’. Erguer a cabeça, apoiar os cotovelos.,. um joelho... depois o outro... é o que sempre resta, além de precisar encarar os olhares curiosos que te cercam. Olhares que parecem falar, que parecem dizer ‘como você é fraco, outra vez aí, tu realmente não aprende’.
Aprender, chegamos ao ponto chave. Aprender a ser forte, aprender a se reinventar, aprender que nem tudo vale uma batalha. Aprender a fechar ciclos, a desistir, a não mover uma palha, por algo que mais parece um conto da Disney.
Cada batalha é um aprendizado, ou ao menos deveria ser. Provavelmente não seja o melhor dos alunos, ou insista em não concordar com os ‘professores’ que cada luta apresenta, e por isso volte a cometer os mesmo equívocos.
Levante guerreiro, o fracasso do momento não reflete nas glórias que ainda vais alcançar. No peito agora não há medalha, não dá cinturão de campeão, não há os louros da vitória. Talvez seja hora de reescrever a história, página por página, capítulo por capítulo, e ao final no momento de fechar o livro, ver quem realmente foi o perdedor.