domingo, 8 de julho de 2018

O chão está frio. Talvez subestimar o oponente não tenha sido a melhor das escolhas. O cruzado no queixo fez mais estrago do que imaginara. É isso que acontece quando se abaixa a guarda em terrenos que não se domina. 

A visão embaçada, o zunido no ouvido, o formigar da face, numa velocidade que pareceu demorar décadas a quem foi golpeado, mas que não passou de meros segundos a quem desferiu o golpe.

Talvez o orgulho ferido outro vez, seja mais dolorido do que um queixo recém-socado. Talvez flertar com a derrota sem se dar conta que ela era tão presente, doa mais do que a parte física. Talvez lutar causas que não são tuas, seja a pior escolha a se fazer. 
Já deveria ter aprendido isso há muito tempo. Mas sabe como é, a gente sempre espera e acredita que ‘dessa vez vai ser diferente’, e paga o preço por isso. Como diria a canção, o preço que se paga às vezes é alto demais. 

Mas é preciso se reerguer outra vez, encarar a face da derrota colada a tua, como quem sussurra ao ouvido aquele singelo ‘você outra vez por aqui?’. Erguer a cabeça, apoiar os cotovelos.,. um joelho... depois o outro... é o que sempre resta, além de precisar encarar os olhares curiosos que te cercam. Olhares que parecem falar, que parecem dizer ‘como você é fraco, outra vez aí, tu realmente não aprende’. 

Aprender, chegamos ao ponto chave. Aprender a ser forte, aprender a se reinventar, aprender que nem tudo vale uma batalha. Aprender a fechar ciclos, a desistir, a não mover uma palha, por algo que mais parece um conto da Disney. 

Cada batalha é um aprendizado, ou ao menos deveria ser. Provavelmente não seja o melhor dos alunos, ou insista em não concordar com os ‘professores’ que cada luta apresenta, e por isso volte a cometer os mesmo equívocos. 

Levante guerreiro, o fracasso do momento não reflete nas glórias que ainda vais alcançar. No peito agora não há medalha, não dá cinturão de campeão, não há os louros da vitória. Talvez seja hora de reescrever a história, página por página, capítulo por capítulo, e ao final no momento de fechar o livro, ver quem realmente foi o perdedor. 

sexta-feira, 5 de maio de 2017

Eu precisava-lhe falar, mas não sei por onde devo iniciar. Bom, eu nem mesmo sei onde te encontrar, onde me encontrar. Sou vitima das minhas próprias frases, da minha própria consciência.  Talvez o que eu mais precisasse, era me ‘falar’, mas provavelmente eu não queira ter essa conversa comigo mesmo.
Prefiro acreditar que tudo isso ultimamente, é em decorrência do que alguns chamam de ‘inferno astral’. A gente sempre busca fugir, mesmo sabendo que deveria permanecer ali e enfrentar de peito aperto tudo o que viesse ao encontro.
Talvez eu venha por misturar diversas coisas aqui, ou até mesmo, acabe falando novamente das mesmas coisas de sempre. Um belo bebê chorão você tem se saído. Minha história pode não ser a mais legal, a mais interessante que você encontrará por ai. Porém, ela é real e por muitas vezes eu não queria fazer parte dela.
Não sei até quando irei suportar. As diversidades, os velhos problemas, e até mesmo, essa pessoa que estou me tornando aos poucos com o passar do tempo, mesmo que de uma forma inconsciente. A velha morada está em reformas, mesmo que eu não tenha solicitado reparo algum.
As flores perderam vida, perderam perfume, perderam as mais lindas cores que enfeitavam meu jardim. Sim, a culpa é minha. Eu deixei de cuida-las como deveria. O céu cinzento e o clima frio, de forma alguma podem ser acusados de algo, uma vez que a desatenção foi minha.
Talvez eu carregue em mim, todas as culpa do mundo. Algumas que não são minhas, outras que ficarão marcadas como ferro em brasa na alma.  “Algumas coisas estão além das marcas da pele, estão marcadas na alma”. Se fecho os olhos, ainda posso ver letra por letra, e o desenho ao qual as acompanhava.
Como posso culpar o vento pela bagunça que ele fez em minha mesa, se quem deixou a janela aberta fui eu?! Muito provavelmente, o sentimento de culpa nem deveria se fazer presente, ou não tão presente. É tão mais fácil perdoar os erros dos outros, não é mesmo?!
Certa vez lembro-me de ter lido em algum lugar que ‘vitórias são temporárias, fracassos são para sempre’, estou quase convicto que quem escreveu, realmente sabia do que estava falando.

Mas lembra, eu precisava lhe falar... mas primeiro, preciso me encontrar. Se puder, me aguarde aí onde esta, eu ainda volto terminar essa conversa. 

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Até mesmo quando o lugar é encantador, não voltamos exatamente ao mesmo lugar duas vezes. Algo nele estará diferente, seja um mínimo detalhe, seja algo mais evidente. Da mesma forma, não tocamos a mesma água duas vezes, mesmo entrando e saindo do mar rapidamente.
A gente volta ( ou quer voltar) pensando que lá é o nosso ponto de paz. A gente volta, pensando em encontrar tudo igual, mas na verdade a mudança já começa pela gente, sem ao menos perceber. Quem parte, já deixa um pedaço seu ali, e ‘recupera-lo’ amigo, pode não ser tão simples assim.
Um pouco ou bastante, de forma nítida ou contida, já não somos mais os mesmos. Talvez a essência permaneça a mesma, mas varias coisas já se alteraram. Seja a maneira de dizer um ‘bom dia’, a forma em retribuir um sorriso, uma gentileza, ou até mesmo algo que buscamos pensando ser o fundamental, mas que por vezes acaba por nos deixar mais perdidos ainda nessas tantas estradas da vida.
Talvez a busca por algo que não exista (mas que em nossa mente se faz viva), acabe por atrapalhar o processo todo, sem ao menos ter dado um passo a frente. Manter o corpo em movimento, em equilíbrio, é relativamente fácil. O difícil mesmo, é sair de onde se esta.
Podes argumentar ‘mas calma ai, até agora não falastes sobre estar perdido entre os caminhos?’, pois bem, não posso negar ou fugir disso. Mas nesse momento, te pergunto: será mesmo que eu saí ou ao menos tentei mudar de lugar?
Pois é, espero poder responder essa questão, não somente a ti, mas a mim principalmente. Nesse mundo de sonhos, desejos e fantasias, por vezes o real e o ilusório se misturam, e sinceramente, às vezes viver nos sonhos é muito melhor do que encarar a realidade. Ao mesmo tempo, talvez todo o preço seja pouco, e ainda não paguei. Talvez aquele velho a beira do fogo tinha razão, ‘passa o tempo, gira o mundo, e nessas voltas da vida, a gente acha o que procura’.

Edenilson Thomé, aos quatorze dias do mês de outubro, do ano de dois mil e dezesseis.

Trajeto Universidade Federal da Fronteira Sul – Centro de Erechim, as onze horas e quinze minutos de uma manhã ensolarada de sexta-feira. 

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Tenho procurado o caminho de casa, mas não tenho encontrado. Pra falar a verdade, é uma busca que persiste a um considerável período de tempo. Tentei ouvir o vento, o meu coração, os sons nas proximidades, porem até o momento, nada me guiou ao ponto exato de partida/retorno.
Nessa tentativas, busquei vários caminhos que pensei ser o certo. Todos em vão, mas com um considerável ensinamento. Não que eu os siga por completo, mas volta e meia alguma coisinha volta e martela em minha cabeça.

Quem sabe a dificuldade maior em localizar a estrada, seja porque no momento da partida, a primavera floria os arredores, e ao tentar voltar no gélido inverno, só restavam os galhos secos e os espinhos.

Quem sabe também, o fato de não ser mais o mesmo, faça não enxergar da mesma forma, coisas antes tão banais. Talvez refazer os mesmo passos, em busca de algo que já se perdeu, não faça sentido algum.  

Quem sabe não encontre ninguém mais em minha antiga morada. Quem sabe não me encontre lá, e compreenda que tenha acabado por me perder em algum ponto qualquer do caminho, em meio a tantas curvas. Quem sabe eu busque algo que não existe mais. Quem sabe, encontre apenas uma sepultura simples, com uma mínima indicação do que, ou de quem esteve ali.

Não se tem o poder de mudar o que passou, com um pouco de sorte, pode-se mudar o que esta por vir. “Ah, mas o futuro é a gente quem faz, você não deve falar em sorte, mas sim, em fazer ser diferente”. Não há como discordar de algo tão correto. Porém, da mesma forma que o futuro esta em ‘minhas mãos’, as consequências do passado e do presente, estão em minha cabeça, em meu peito, e ainda em minhas mãos.


                                         Como diria Chorão, do Charlie Brown,                                                                      “Cada escolha é uma renuncia, isso é a vida, estou lutando pra me recompor”, mesmo que a integralidade, possa não vir. Muito se perde, pouco se encontra novamente, mas se é como dizem, o que for meu, encontrará um jeito de vir até a mim. Ah, e por sinal, infelizmente se tornou uma vida de mão única, não me permite mais ir. 

Ao menos, não sem uma boa dose de loucura. 

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Perdi as contas de quantas vezes pensei em te procurar. Em quantas vezes olhei teu nome e tua foto ali, pequenininha no celular, e no último instante o bloqueei. Perdi a conta de quantas noites fiquei com os olhos marejados enquanto pensava em ti, enquanto lembrava de ti. Perdi a conta de quantas vezes desejei teu abraço, em momentos como esse em que o mundo parece estar prestes a desabar. 
Perdi muito mais, não apenas isso. Em troca ganhei saudades, lembranças, um álbum de imagens que tenho em minha memória, que diferentemente do computador, não pode ser apagada.
Sempre fui mais fraco do que imaginava ser, talvez não tão forte quanto os outros imaginam, ou até mesmo quem sabe, fui enfraquecendo com o tempo. Cada um carrega os fardos que merece, mas por vezes busquei carregar fardos que não eram meus. A gente tenta sempre ajudar os amigos, mas no fim acaba por esquecer de ajudar a si mesmo. 
Talvez fizesse tudo de novo, ajudando a cada um a reconstruir seu caminho, mesmo que isso acabasse por custar outra vez, perder-me do meu caminho. Sempre sonhei com coisas bem diferentes do que tenho hoje. Diz-se por aí, que 'deve-se se feliz com o que se tem', mas nem todo dia tem sol e dessa forma, nem sempre acordamos dispostos a sorrir. 
Os assuntos aqui estão ficando desconexos, acho que o atual momento está assim. Perdi o norte que me guiava no último mês que passou, e amigo, você não imagina a tremenda falta que já me faz. Foi nesse momento que precisei de um abraço teu, assim como quando tinha seis anos e me deparei com meus pais se separando. Não me vejo hoje em uma família 'normal', aconteceram coisas demais para permitir que minha imaginação consiga tal feito. 
Aquela vez, minha única reação foi correr e tentar fugir da nova realidade que batia em minha porta. Alguém me alcançou, disse algumas palavras de consolo as quais acabei por esquecer com o passar dos anos, enquanto passava seu braço em meus ombros e tentava me fazer parar de chorar. 
Dessa vez, fui obrigado a ser forte, sem nada de abraços ou palavras doces para me confortar. Talvez eu não precisasse delas se fosse mais forte. Mas de todas as coisas, a única coisa que não me sinto é forte. Acho que venho fraquejando a cada dia que passa. 
Já passei uma boa temporada no inferno, e não quero mais voltar pra lá. Se passaram alguns anos, mas, ainda sinto na pele as consequência daquela estadia. 
Dei muitas voltas, e acabei desviando do que queria dizer aqui. Havia muito o que dizer, mas faltam palavras para expressar. Não sei se voltaremos a ser amigos, não sei se voltaremos a nos cruzar, mas sei que escrevo tudo isso para mim mesmo, ter-te por aqui é sonhar demais e amigo, de sonhar e não realizar, eu não aguento mais. 

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Entre uma conversa e outra, ela me questionou ao acaso, indagando sobre a saudade. ‘e a saudade? Como faz?’
Respondi-lhe que convivemos desde a infância, mais precisamente a 18 anos, acabamos por nos tornar grandes amigos. Com o passar do tempo, fui aprendendo a guarda-la junto com minhas melhores lembranças, afinal talvez o toque especial dela, é que façam serem os melhores até então.
Como toda velha amiga, quando menos espero surge e me abraça bem apertado. Aquele abraço que sufoca sabe, que parece te prender por inteiro. No começo a  visita dela era acompanhado de olhos marejados, travesseiros molhados e noites de insônia.
Com o passar do tempo, trazia consigo um sorriso amarelo, daqueles que colocamos no rosto imaginando poder enganar o mundo. Em não raras vezes, ainda é essa a técnica usada para disfarçar sua presença.
Por vezes permito que sua companhia se estenda além do necessário, bebendo doses exageradas de lembranças que não mais poderão ser vividas. Crescer tem muito disso, não é mesmo?! A gente nunca se banha duas vezes na mesma água do rio, bem como a primeira vez, poderá ser também a última chance.
Quem sabe o segredo seja substituir as antigas, por uma nova saudade. Acredito ser um tanto quanto arriscado utilizar o termo saudade em seu plural, sei o que sinto, o que gostaria outra vez de viver, porém não sei da reciprocidade de tal fato. Apenas posso falar por mim, sendo assim, qualquer outra tentativa de pensar o oposto, é auto sabotagem.
A ponte que nos liga a nossas memórias, a saudade causada por ela, irá sempre existir. Os momentos vividos de forma intensa, independentemente da frequência ou número de vezes, irão permanecer. Ninguém simplesmente esquece, apenas aprende a conviver ou a evitar tais pensamentos.
Sei que terei ainda muita saudade, de novos acontecimentos, dos velhos, de tudo aquilo que trago em minha bagagem. Logo mais a frente, talvez acabe por me ‘desfazer’ de alguns fardos, não por vontade própria, mas sim por estarem sendo substituídos por outros, novinhos em folha.
A gente vem e vai dessa vida sozinho, mas amigo, viver esse intervalo sem companhia, é muito desperdício. Sorrir sozinho, mesmo no meio da tempestade fará um bem enorme, até mesmo poderá dissipar o mal tempo e trazer o sol. Mas quando o sol abrir, sorrir sozinho não terá tanta graça.

Alegria compartilhada amigo, vale muito mais. Vale até mesmo uma saudade... saudade.. já falei que somos amigos a bastante tempo? 
Sente-se aqui, é uma longa história...

segunda-feira, 30 de maio de 2016

O tempo vai passando e ao mesmo tempo que une, separa. É estranho se aproximar e aumentar distâncias ao mesmo tempo, quem sabe seja uma das coisas sem muita explicação desse século. A gente quer o bem, mas nem sempre demonstra o que quer. Vive de urgências, esquece de trilhar o caminho antes de chegar ao topo da montanha e ver o sol nascer. Vimos os montantes de flores, mas nos apegamos ao espinho que nos feriu.

Apegar-se aos pequenos detalhes, é o que torna algo diferente, mas por vezes apega-se ao lado errado. Insistimos em reclamar da chuva lá fora, mas não nos damos conta do quão bom é manter-se abrigado tomando um café quentinho, sentindo aquele aroma maravilhoso.

A gente teima em colher o fruto ainda verde, para posteriormente reclamar que ele não ‘esta tão bom quanto deveria estar’. O tempo vai passando, mas ao invés de esperarmos, na safra seguinte cometemos o mesmo erro. Tal qual as antigas fitas VHS, repetia-se o processo de ‘voltar ao começo’, mesmo sem ter terminado o filme. A gente reclama da mesmice, mas não se esforça pra mudar.

Os caminhos surgem, o tempo passa, e cada passo a frente é algo que se deixa pra trás. O braseiro vai se apagando, e quando notamos, não há mais tempo de colocar mais lenha. Nessa hora, vamos em busca de gravetos, na tentativa de recuperar o que perdemos.

Mas, sera que perdemos? Talvez, mas também ganhamos. Tudo possui dois lados, perder as vezes significa ganhar, mesmo que isso venha a se tornar claro muito tempo depois.

Passarão os dias, os meses, os anos, e quem sabe algo restará, assim como nada poderá sobreviver. Segue o baile, gira o mundo, nessas voltas da vida a gente acha o que procura.


O amanhã vira, assim como o hoje já esta se indo. Que o destino trace os melhores caminhos, retos ou sinuoso, com chuva, sol, ou até mesmo, com o pote de ouro, ao fim do arco-íris.